RODRIGO XIMARELLI

Rodrigo Ximarelli participa de diversas áreas que envolvem o teatro desde 1995. Em 2013, esteve em cartaz com o espetáculo “Saltimbancos”, de Chico Buarque com direção de Maximiliana Reis no Teatro Eva Wilma em São Paulo. Em 2012, estreou o espetáculo Burundanga de Luís Alberto de Abreu com direção de Renata Zhaneta no Teatro experimental da Universidade Anhembi Morumbi. Em 2011, esteve em cartaz com o espetáculo "O Assalto", de José Vicente, com direção de Carlos Marroco no Espaço Cultural Estação Caneca; Em 2010 participou como performer da exposição “OMISTÉRIODOTEMPOOTEMPOEMPOESIAS” de Cacau Brasil no Museu da Língua Portuguesa; Em 2009, participou do processo de criação do espetáculo “O Outro Pé da Sereia”, com direção de Roberto Rosa e em televisão, do seriado “Selva Corporativa”, no Canal Ideal da Editora Abril; Em 2008 atuou nas peças “A Farsa do Boi Surubão” e “O Forró do Tranquilino”, ambas com direção de Luís de Assis Monteiro; De 2002 a 2010 atuou em “Vidas Secas” e “Peter Pan”, com direção de Maithê Alves, entre outros.

Dirigiu as peças “O Jogo do Folclore” em 2009, “A Beata Maria do Egito” em 2002 e “Homens de Papel” em 2000, nas quais também assinou a cenografia.

Escreveu os textos infantis “A Princesa Jia” (adaptação do conto), “O Rapto da Rainha Nuvem”, “O Jogo do Folclore” e Chapeuzim Vermelho.

Ministrou oficinas para estudantes da rede pública de ensino em Salto/SP de 1997 até 2000 e para professores de Arte no município de Taboão da Serra no ano de 2003.

Foi jurado no Festival Estudantil de Teatro de Taboão da Serra em 2003 e do Mapa Cultural Paulista – fase regional na cidade de Salto/SP em 2009.

Em sua formação destacam-se cursos no Instituto Brincante de Teatro Popular com Alicio Amaral e Juliana Pardo, na Companhia do Feijão de Criação Teatral, no Ágora Teatro de Teatro Jornal, com Celso Frateschi. No SESC Consolação participou do curso de História do Teatro e Estética Teatral com Alexandre Matte, entre outros.

Atualmente cursa o Superior de Teatro na Universidade Anhembi Morumbi e leciona aulas de Arte na rede pública de ensino do Estado de São Paulo.

domingo, 26 de dezembro de 2010

SINAL FECHADO - PÓS APRESENTAÇÃO


Após um semestre apresentando cenas, chegamos a um resultado "estético bacana", hahaha. O espetáculo foi sútil, mesmo apresentando temas e situações complexas. Foi delicioso ver uma turma de mais de 30 pessoas, prestando atenção para que tudo desse certo. Com certeza a Criação Coletiva ou o Exercício Cênico proposto foi o melhor caminho para começarmos a constuir uma unidade de grupo. Parabéns à todos que participaram do trabalho!

Exercício-Espetáculo do 2º semestre do curso Superior de Teatro da Universidade Anhembi Morumbi - SP

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Para pintar o retrato de um pássaro

    Primeiro pinte uma gaiola com a porta aberta.
    Depois pinte algo gracioso
     algo simples
    algo bonito
     algo útil para o pássaro.
     Então encoste a tela a uma árvore em um jardim em um bosque ou em uma floresta.
     Esconda-se atrás da árvore sem falar sem se mover...
    Às vezes o pássaro aparece logo mas ele pode demorar muitos anos antes de se decidir.
     Não desanime.
    Espere.
     Espere durante anos, se for necessário.
     A rapidez ou a lentidão do pássaro não influi no bom resultado do quadro.
    Quando o pássaro aparecer se ele o fizer observe no mais profundo silêncio até ele entrar na gaiola e quando ele assim agir delicadamente feche a porta com o pincel.
     Então, apague uma a uma todas as grades tomando cuidado para não tocar na plumagem do pássaro.
     Em seguida, pinte o retrato de uma árvore escolhendo o mais bonito de seus galhos para o pássaro. Pinte também a folhagem verde e o frescor do vento o dourado do sol e a algazarra das criaturas, na relva, sob o calor do verão. e então espere até que o pássaro decida cantar.
     Se ele não cantar é um mau sinal, um sinal de que a pintura está ruim.
     Mas se ele cantar é um bom sinal um sinal de que você pode assinar.
     Então, com muita delicadeza, você arranca uma das penas do pássaro e escreve seu nome em um canto do quadro.
    Jacques Prévert

domingo, 12 de dezembro de 2010

SINAL FECHADO

Exercício Cênico "SINAL FECHADO" com alunos do 2º Semestre A do Curso Superior de Teatro da Universidade Anhembi Morumbi.



Quando:
Dia 16/12/2010  (Quinta-feira) Às 18hs e Às 20hs.

Onde:
Teatro Experimental da Universidade Anhembi Morumbi
Endereço: Rua Dr. Almeida Lima, 993 - Mooca

Entrada Franca.

Apareçam!

A FARSA DO BOI SURUBÃO

Espetáculo: "A Farsa do Boi Surubão
Ano: 2008



Com texto e direção de Luís de Assis Monteiro, o tema do espetáculo é a literatura de cordel. Conta a história de um poeta popular que sai pelo mundo vendendo seus folhetos. Em sua saga, mostra ao público quatro de suas histórias: A virgem que se pensou incomodada por causa do desmantelo; A menina que ficou prenha vendo o boi iluminado; De como o Senhor Nosso Deus resolveu dar um fim à bandalheira; e O sujeito que meteu a mão na cumbuca e arranjou um par de chifres.

sábado, 11 de dezembro de 2010

O TEATRO É FOGO QUE FAZ EXPLODIR A PANELA, LIBERTANDO SEUS PENSIONISTAS

(...) Porque o que nos move a ir ao teatro é sempre a briga, o combate: queremos ver loucos e fanáticos, ladrões e assassinos. E, é claro, um pouco, bem pouco de gente boa, apenas para dar uma medida de maldade. Queremos o insólito, anormal.
Assim nosso ator sadio deve interpretar um personagem doente. Onde irá busca-lo? Não na sua Personalidade, que de maldades está isenta, mas sim na sua Pessoa, dentro do caldeirão, porque aí continuam todos os diabos em ebolição.
Assim, ele, que já havia conseguido domesticar suas feras, vê se agora outra vez obrigado a depertá-las. Eis que a profissão do ator é muito insalubre e perigosa.  Atores deveriam fazer jus ao mesmo salário de insalubridade que recebem os mineiros que penetram nas profundezas das minas de carvão ou estanho, ou dos astronautas que se elevam às vertiginosas alturas, infinitas. Atores especulam com a profundidade da alma, e com o infinito da Metafísica. (...)



Boal, Augusto. O arco-íris do desejo, método Boal de Teatro e Terapia

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

domingo, 5 de dezembro de 2010

PETER PAN

Espetáculo: As Aventuras de Peter Pan
Ano: 2002 a 2010



O Espetáculo "As Aventuras de Peter Pan" com direção de Mathê Alves, estreou no Teatro Martins Penna em São Paulo - Capital e excursina desde 2002 pelas mais diversas cidades do estado de São Paulo.

sábado, 4 de dezembro de 2010

AS CARTAS

Espetáculo: As Cartas
Ano: 2001



Espetáculo de Dança-Teatro com criação coletiva e direção de Marisa Gil. na cidade de Salto/SP.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Bodas de Sangue

Bodas de Sangue, Garcia Lorca


Mãe - Vizinhas; com uma faca,
com uma faquinha,
por um dia assinalado, entre as duas
e as três horas,
se mataram êstes dois homens do amor.
Com uma faca,
com uma faquinha
que mal nos cabe na mão,
mas que penetra tão fina
pelas carnes assombradas,
e vai parar lá no sítio
onde emaranhada treme
a escura raiz do grito.

(tradução de cecilia meireles)

"Repetir, repetir - até ficar diferente".
Manoel de Barros

Foto: A Sagração da Primavera, Pina Bausch, 1994

domingo, 28 de novembro de 2010

"É díficil compreender a necessidade de uma mente "branca", livre de preconceitos, quando se trabalha em um problema de atuação. Por outro lado, todos sabem que não se pode encher um cesto se não estiver vazio" 


Extraído de Improvisação para o Teatro de Viola Spolin


sábado, 27 de novembro de 2010

O JOGO DO JOGO



Eles estão jogando o jogo deles.

Eles estão jogando de não jogar um jogo.

Se eu lhes mostrar que os vejo tal qual eles estão,

Quebrarei as regras do seu jogo,

E receberei a sua punição.

O que eu devo, pois, é jogar o jogo deles,

O jogo de não ver o jogo que eles jogam.


Extraído do livro "Laços", do psicanalista R. D. Laing

"Há duas formas de não amar a arte: A primeira é não amar a arte, a segunda é amá-la racionalmente"

Oscar Wilde


Oscar Wilde (1954-1900), vestido de Salomé.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

VIDAS SECAS

Espetáculo: Vidas Secas - Direção: Maithê Alves
Ano: 2003 a 2010



Da obra de Graciliano Ramos, o espetáculo conta a estória dos retirantes Fabiano, Sinhá Vitória, os dois meninos e a cachorra Baleia. Em busca da sobrevivência, a família é o retrato de um lugar no qual o homem se confunde com a paisagem e com os próprios bichos.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

STARRY NIGHT

A Noite Estrelada
Vincent van Gogh, 1889
óleo em tela
73,7 × 92,1 cm
Museu de Arte Moderna de Nova York


"Ninguém alguma vez escreveu ou pintou, esculpiu, modelou, construiu ou inventou senão para sair do inferno"

Antonin Artaud - Van Gogh, o Suicidado da Sociedade

O ATOR - PLÍNIO MARCOS


Por mais que as cruentas e inglórias batalhas do cotidiano tornem um homem duro ou cínico o bastante para fazê-lo indiferente às desgraças e alegrias coletivas, sempre haverá no seu coração, por minúsculo que seja, um recanto suave no qual ele guarda ecos dos sons de algum momento de amor que viveu em sua vida.

Bendito seja quem souber dirigir-se a esse homem que se deixou endurecer, de forma a atingi-lo no pequeno núcleo macio de sua sensibilidade, e por aí despertá-lo, tirá-lo da apatia, essa grotesca forma de autodestruição a que, por desencanto ou medo, se sujeita, e por aí inquietá-lo e comovê-lo para as lutas comuns da libertação.

Os atores têm esse dom. Eles têm o talento de atingir as pessoas nos pontos nos quais não existem defesas. Os atores, eles, e não os diretores e os autores, têm esse dom. Por isso o artista do teatro é o ator.

O público vai ao teatro por causa dos atores. O autor de teatro é bom na medida em que escreve peças que dão margem a grandes interpretações dos atores. Mas, o ator tem que se conscientizar de que é um cristo da humanidade e que seu talento é muito mais uma condenação do que uma dádiva. O ator tem que saber que, para ser um ator de verdade, vai ter que fazer mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios. É preciso que o ator tenha muita coragem, muita humildade, e sobretudo um transbordamento de amor fraterno para abdicar da própria personalidade em favor da personalidade de seus personagens, com a única finalidade de fazer a sociedade entender que o ser humano não tem instintos e sensibilidade padronizados, como os hipócritas com seus códigos de ética pretendem.

Eu amo os atores nas suas alucinantes variações de humor, nas suas crises de euforia ou depressão. Amo o ator no desespero de sua insegurança, quando ele, como viajor solitário, sem a bússola da fé ou da ideologia, é obrigado a vagar pelos labirintos de sua mente, procurando no seu mais secreto íntimo afinidades com as distorções de caráter que seu personagem tem. E amo muito mais o ator quando, depois de tantos martírios, surge no palco com segurança, emprestando seu corpo, sua voz, sua alma, sua sensibilidade para expor sem nenhuma reserva toda a fragilidade do ser humano reprimido, violentado. Eu amo o ator que se empresta inteiro para expor para a platéia os aleijões da alma humana, com a única finalidade de que seu público se compreenda, se fortaleça e caminhe no rumo de um mundo melhor, que tem que ser construído pela harmonia e pelo amor. Eu amo os atores que sabem que a única recompensa que podem ter – não é o dinheiro, não são os aplausos - é a esperança de poder rir todos os risos e chorar todos os prantos. Eu amo os atores que sabem que no palco cada palavra e cada gesto são efêmeros e que nada registra nem documenta sua grandeza. Amo os atores e por eles amo o teatro e sei que é por eles que o teatro é eterno e que jamais será superado por qualquer arte que tenha que se valer da técnica mecânica. (1986)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

MERDA

Nem a loucura do amor, da maconha, do pó, do tabaco e do álcool
Vale a loucura do ator quando abre-se em flor sob as luzes no palco
Bastidores, camarins, coxias e cortinas
São outras tantas pupilas, pálpebras, retinas
nem uma doce oração, nem sermão, nem comício à direita ou à esquerda
fala mais ao coração do que a voz de um colega que sussurra merda

noite de estréia, tensão, medo, deslumbramento, feitiço, magia
tudo é uma grande explosão, mas parece que não
QUANDO é o segundo dia
já SE disse não foi uma vez, nem três, nem quatro
não há gente como a gente, GENTE DO teatro
gente que sabe fazer a beleza nascer pr'além de toda perda
gente que pôde entender para sempre o sentido da palavra merda

merda, merda pra você, desejo merda
merda pra você também, diga merda e tudo bem
merda toda noite e sempre, amém.

Merda - Caetano Veloso

PAIXÃO DE CRISTO

"Paixão de Cristo"
Ano: 1995 até 2002

O espetáculo "Paixão de Cristo" é encenado todo ano em praça pública na cidade de Salto, SP. O espetáculo atrai milhares de pessoas que se acomodam nas arquibancadas instaladas. A produção do espetáculo é de alto nível,  contando com coreografias bem elaboradas e atuações primorosas.

A LADRA, O JUIZ E O CARRASCO

Espetáculo: "A Ladra, o juiz e o carrasco."
Ano: 2003



Cena III do espetáculo O Balcão de Jean Genet apresentado pela Cia Teatral Ethos. Com essa cena, participamos do Festival de esquetes em Salto/SP, no qual fui indicado a Melhor Ator e premiado como Diretor.

A BEATA MARIA DO EGITO

Espetáculo: "A Beata Maria do Egito"
Ano: 2002/03


Segundo espetáculo que dirigi, deu ínicio à Cia Teatral Ethos.

A Beata Maria do Egito de Rachel de Queiroz, tem como pano de fundo o sertão da revolução de Canudos e da extrema expressão de fé. Nesse contexto duas criaturas se debatem em meio a religiosidade e ao amor.
Com " A Beata Maria do Egito", fui indicado a melhor ator e diretor na IV MOSTRA DE TEATRO DE SALTO, fui indicado a Direção e premiado Melhor Ator no IV Festvolpi em São Paulo - Capital e Indicado como ator e premiado como Diretor no II Festival de Teatro de Tupã/SP.

HOMENS DE PAPEL

Espetáculo: "Homens de Papel"
Ano: 2000



Minha primeira direção na Mostra Estudantil de Teatro de Salto.
Na foto ,uma das cenas em que eu representava o personagem Berrão. Esse espetáculo deu ínicio ao primeiro grupo que eu vim a dirigir em 2002, a Cia Teatral Ethos.

O TESTAMENTO DO CANGACEIRO

Espetáculo: "O Testamento do Cangaceiro"
Ano: 2002/03

Espetáculo de Chico de Assis, conta a estória do moço Cearim que após perder seus pais, começa a viver uma série de desventuras ao aceitar ajudar um cangaceiro, que se encontrava no leito de morte, a dividir seus bens.

Com o espetáculo fui prêmiado como Melhor Ator na V Mostra de Teatro de Salto, Ator Revelação no Festival em Ponta Grossa e Ator no Festival de Itu, além de receber indicação para melhor ator no Festival de Iguape/Sp.

O MAMULENGO DE CHEIROSO

Espetáculo: "O Mamulengo de Cheiroso"
Ano:2001


Com a adaptação da peça "A pena e a lei" de Ariano Suassuna, passei a me interessar estudar o Regionalismo Brasileiro.

O Mamulengo de Cheiroso foi apresentando em diversos festivais nas cidades de Santa Bárbara d'Oeste, Ourinhos, no Mapa Cultural em Campinas, entre outros.

QUEM CASA, QUER CASA

Espetáculo: "Quem Casa, Quer Casa"
Ano: 2000


Sob a direção de Marcos Steffano, minha primeira participação no Grupo Anomalias Teatrais em Salto, SP.
O espetáculo de Martins Penna conta a estória conturbada dos filhos que se casaram, mas não abandonaram a casa dos pais.

O espetáculo foi apresentado no Festival de Santa Bárbara d' Oeste e em Mogi Mirim.

Na foto, Vânia Gonçalves, grande atriz e amiga.

CARTA AO ATOR D.

CARTA AO ATOR D

(Esta carta foi escrita por Eugênio Barba a um dos seus atores em 1967. É publicada frequentemente em livros e revistas, para ilustrar a visão teatral de seu autor e sua atitude para com um "novo ator". Foi publicada pela primeira vez no livro Synspunkter om Kunst - Pontos de vista sobre a arte, Copenhaque:1968).

Freqüentemente eu estive tocado pela ausência de seriedade no teu trabalho. O que não é falta de concentração ou boa vontade da tua parte. Mas que se exprime por duas atitudes. Primeiro de tudo, tem-se a impressão que teus atos não são ditados por uma convicção interior ou por uma necessidade inelutável que se manifestaria por exemplo na execução de um exercício, de uma improvisação ou de uma cena. Tu podes trabalhar estando concentrado, sem poupar-se, teu gestos podem ser tecnicamente precisos, mesmo assim tal jogo não parece menos vazio e eu não creio no que fazes. Teu corpo não diz se não uma coisa: "eu obedeço a uma ordem exterior". Os nervos, o cérebro, a coluna vertebral não estão engajados e só tua epiderme gostaria de fazer acreditar que tudo isso é vital para ti. Tu não experimentas por ti mesmo a importância do que queres fazer os espectadores acreditarem. Como podes assim fazer compreender ou admitir que o teatro é o lugar onde as convenções e os entraves sociais devem desaparecer a dar lugar a uma comunicação franca e absoluta. Tu, representante da coletividade, tu estás num lugar onde se manifesta a necessidade de cada um se sentir aceito, onde as humilhações, as experiências degradantes pelas quais tu passaste, teu cinismo, que é uma atitude de auto-defesa, teu otimismo, que é mesmo a irresponsabilidade e o teu sentimento de culpa aparecem ao lado da tua necessidade de amar, da tua nostalgia de um paraíso perdido procurado talvez no passado, na tua infância, no calor de alguém que te fez esquecer a angústia, num tempo que tu não te colocavas questões e onde exigias uma resposta. Todos os seres presentes nesta sala são tocados se, durante a representação, tu efetuas um retorno às tuas raízes, em direção a essas experiências humanas comuns que permanecem escondidas: verdadeiro laço humano que te liga aos outros. A segunda tendência que vejo em ti é o temor de encarar toda a seriedade desse trabalho: tu experimentas algo como uma necessidade de rir, de fazer pouco, de comentar com o que tu e teus camaradas executam. É como se quisesses fugir a responsabilidade que sentes em relação ao próprio trabalho e que consiste em estabelecer uma comunicação com os outros homens e assumir as consequências do que revelas. Tu tens medo da seriedade desse trabalho, de estar à margem do que é permitido: tem medo que isso seja sinônimo de fanatismo, de aborrecimentos ou de isolamento profissional. Mas num mundo onde os homens nos rodeiam não acreditam mais em nada ou fingem que creêm para ficarem tranqüilos, aquele que esmiúça dentro dele mesmo para se colocar questões sobre sua condição, sobre sua falta de ideais, sobre sua necessidade de vida espiritual, é tomado por um fanático ou por um ingênuo. Num mundo onde trapacear é a norma em vigor, aquele que procura a sua verdade é tomado por hipócrita. Acredito que não refletiste jamais sobre o fato de que tudo isso que liberas, dás forma ou completa no teu trabalho, é uma manisfestação de vida e merece ser olhada com respeito. Teus atos frente a coletividade de espectadores devem ser habitados da mesma força que marca a lâmina incandescente do carrasco ou daquela voz ardente do Sinai. Somente então teus atos poderão continuar a viver no espírito e no interior do espectador com aquela necessidade que provoca conseqüências imprevisíveis. Quando Dullin se encontrava no seu leito de morte, o rosto dele se contorcia, deformando-se segundo as máscaras dos grandes papéis que tinha vivido: Smerdiakov, Volpone, Richard III. Não era somente o homem Dullin que morria, mas também o ator e todas as etapas de sua vida. Se eu perguntar porque tu te tornaste ator, me responderás que queres te exprimir e te realizar. Mas o que significa realizar-se? Quem se realiza? O chefe de escritório Hansen que vive sua existência respeitável, sem aborrecimentos, jamais atormentado por questões que continuam sem resposta? Ou o romântico Gauguin que, após ter rompido com as normas socias, terminou sua existência na miséria de um pobre vilarejo polinesiano, Noa-Noa, onde ele acreditava ter reencontrado a liberdade perdida? Numa época em que a fé religiosa é vista como uma neurose, falta-nos a escala com a qual medir o sucesso ou fracasso da nossa vida. Quaisquer que tenham sido as motivações pessoais e não percebidas que te troxeram ao teatro, agora que tu entraste nessa profissão, deves encontrar um sentido que ultrapasse tua própria pessoa e que te situe socialmente frente aos outros. Não se pode preparar uma vida nova senão nas catacumbas. Aí está o lugar daqueles que, em nossa época, procuram um engajamento espiritual e não têm medo do difícil confronto. Isto supõe coragem: a maior parte das pessoas não têm necessidade de nós. Teu trabalho é uma forma de meditação social sobre ti mesmo, sobre a tua condição de homem numa sociedade e sobre os acontecimentos que tocam no mais profundo de ti através das experiências do nosso tempo. Cada apresentação nesse teatro precário que choca o pragmatismo cotidiano, pode ser a última, tu deves considerá-la como tal, como tua possibilidade de te tocar, dirigindo aos outros e conta pestada de teus atos, teu testamento. Se o fato de ser ator significa tudo isso para ti, então um novo teatro vai nascer, uma nova maneira de apreender a tradição, uma nova técnica. Uma relação nova se estabelecerá entre ti mesmo e os homens que à noite vêm te ver, porque eles têm necessidade de ti.






Odin Theatret, desconhecido no Brasil, é radicado na Dinamarca e formado por atores de vários países. É considerado atualmente um dos grupos mais importantes do teatro ocidental, tanto pela coerência de proposta, onde teatro e modo de vida se confundem, como pelo rigor do seu método de trabalho, o que se reflete em suas apresentações. Sendo um grupo de teatro "radical", suas idéias e posturas são freqüentemente questionadas como sectárias, místicas etc... É indiscutível, contudo, sua contribuição ao moderno teatro mundial.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

ANTIGONA

Espetáculo: "Antigona"
Ano: 2003
Depois de dois anos fora do grupo, fui convidado a fazer uma participação especial na peça "Antigona", apresentando no Festival de Teatro em Itu e no Festival de Esquetes de Salto.

LUCRÉCIA - O VENENO DOS BÓRGIAS

Espetáculo: "Lucrécia, o veneno dos Bórgias"
Ano: 2000

O texto de Paulo César Coutinho conta a vida de Lucrécia Bórgia, vida marcada por relações incestuosas com os irmãos e com o pai, Rodrigo Bórgia que viria a se tornar o papa Alexandre VI.

Com esse espetáculo, também do grupo apocalipse fui premiado como Ator coadjuvante na III Mostra de Teatro de Salto/SP.

LIBEL E O PALHACINHO

Espetáculo: "Libel e o palhacinho"
Ano: 1999

Foi o primeiro espetáculo infantil do grupo. O texto de Jurandir Pereira conta a estória da menina Libel, que  mergulhada nos sonhos vive uma aventura em busca de seu palhacinho, enquanto resolve vários de seus complexos. No mesmo elenco estavam Cacília Nogueira, Marcelo Castello, Ed Flávio Ferreira, Camila Nogueira e Telma Santos.

EM TERRA DE CEGO, QUEM TEM OLHO É REI

Espetáculo: "Em Terra de cego, quem tem olho é rei."
Ano:1999

Em 1999 veio o meu segundo espetáculo com o grupo Apocalipse em Salto/SP.
A adaptação do espetáculo "O Palácio dos Urubus" de Ricardo Meirelles, contou com o colorido tropical sugerido pelo autor para contar as facécias dos governantes do fantástico país de Barbaneiralle.

Com essa peça fui premiado Ator Coadjuvante, na II Mostra de Teatro de Salto e indicado para Ator Coadjuvante no festival de teatro Nova Atenas em Serra Negra/SP.

IMAGENS

Espetáculo: "Imagens"
Ano:1997
Minha estréia no grupo Apocalipse foi com o espetáculo "Imagens" de Benê Rodrigues. A trama gira em torno do incesto do pai com a filha Glória, que acaba por se tornar rival da própria mãe.

Nesse espetáculo fui premiado ator revelação no 14º Festival de Marília/SP.

QUEM SOU EU

Rodrigo Ximarelli atua há 16 anos nas mais diversas áreas teatrais. Participou como performer na exposição OMISTÉRIODOTEMPOOTEMPOEMPOESIAS de Cacau Brasil no Museu da Língua Portuguesa  em 2010. Como ator participou do processo de criação do espetáculo O Outro Pé da Sereia em 2009 com direção de Roberto Rosa, das peças A Farsa do Boi Surubão e O Forró do Tranquilino em 2008, com direção de Luís de Assis Monteiro, Vidas Secas e Peter Pan de 2002 a 2010, com direção de Maithê Alves, entre outros. Em televisão atuou no seriado Selva Corporativa do Canal Ideal da Editora Abril em 2009. Dirigiu as peças O Jogo do Folclore em 2009, A Beata Maria do Egito em 2002 eHomens de Papel em 2000, nas quais também assinou a cenografia. Escreveu os textos infantis A Princesa Jia, O Rapto da Rainha Nuvem, O Jogo do Folclore e Chapeuzim Vermelho. Ministrou oficinas para estudantes da rede pública de ensino em Salto/SP de 1997 até 2000 e para professores de Arte no município de Taboão da Serra no ano de 2003. Foi jurado no Festival Estudantil de Teatro de Taboão da Serra em 2003 e do Mapa Cultural Paulista – fase regional na cidade de Salto/SP em 2009. Em sua formação destacam-se cursos no Instituto Brincante de Teatro Popular com Alicio Amaral e Juliana Pardo, na Companhia do Feijão de Criação Teatral, no Ágora Teatro de Teatro Jornal com Celso Frateschi, no SESC Consolação de História do Teatro e Estética Teatral com Alexandre Matte, entre outros. Atualmente dirige a Evoé Cia de Teatro e cursa o Superior de Teatro na Universidade Anhembi Morumbi.